titubeando em cima de vários títulos e autores que não consegui ler nem basear minhas teses nas escritas deles, pois estava muito ocupado
tentando sobreviver à um Brasil programado para me exterminar.
Bem o amor existe em cada viatura que queima em manifestações publicas ou
atos
de amor vândalo, crianças com coletes a prova de balas e jovens excitados enfrentam diariamente o tiroteio entre as faltas de opções para um relacionamento ideal,
e as flechas dos
cupidos estúpidos e capitalistas.
Tinder’s e grinder’s falidos pela liquidez, em liquidação
prostitutos e políticos,
inusitada a situação nunca é, pois pra música acontecer na eternidade, vários outros momentos
e casais tiveram que ser sacrificados.
Amar é mais que aproveitar o momento, é querer rasgar a película do tempo e se abrigar nesse
refúgio que chamamos de música. Um cobertor invisível que envolve qualquer ser amável, amar
é tentar transformar o momento em eternidade.
E a música só acontece quando as duas pessoas gozam juntas.
Novíssimo Edgar, Tocando tambor para acaba com a dor, 2025. Foto: Everton Ballardin. Cortesia do artista e da Galeria A Gentil Carioca.
O amor pode ser bem complexo, é uma palavra difícil de ser parida,
que na maioria das vezes é esquartejada, buscando significados em suas entre letras
mutiladas, muitos lados, interpretações e confusões, como diria Giovanni Bafô, amor só com fusão.
Esse poeta eu não li, eu o encontrei na rua, dividimos um guarda chuva em dia de garoa, um jeito clássico de se fazer jazz.
Você pode até pensar, nossa ele não lê nada, pois bem que eu leio, mãos, pés, seios, lábios, pensamentos eróticos e outros textos em paredes pichadas além de publicações piratas.
Fazer música é preparar uma vitamina de sexo com fruta da época, um momento Hilda Hilst de qualquer intelectualidade.
Edgar Pereira da Silva, conhecido como Novíssimo Edgar, é um artista brasileiro, nascido na periferia de Guarulhos, no estado de São Paulo, em 1993. Atualmente vive e trabalha nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Poeta, artista plástico e performer, Edgar é um criador compulsivo e sua obra transborda autenticidade e liberdade, passando por diversos suportes e segmentos de pesquisas de metalinguagens e transmídia.
Seu interesse pela arte começou na infância, incentivado pela sua mãe – Dona Maria, a elaborar esculturas, desenhos e pintura sobre azulejos. Trabalha com todo tipo de material ancestral e tecnológico, produz pinturas, cria instalações, performances, desenhos, compõem músicas, inventa jogos de cartas, escreve livros, produz filmes, games e NFTs.
Existem dimensões ritualísticas na sua produção, passando ainda por temas atuais, como a violência e o cenário político brasileiro. Em algumas de suas obras trabalha o sincretismo juntando influências da cultura iorubá e técnicas da numerologia Russa. Futurismo indígena e a diáspora negra, fazem de seu repertório de pesquisa e experiências a partir do universo das ficções especulativas e do curto-circuito temporal narrativo, uma imersão em um universo específico e indomável.
Hoje, a intensa navegação sedentária na rede, expõe o artista a fluxos violentos de informação classificada que precisam de resolução poética para serem usadas no dia a dia. Este destrinchar permanente se assemelha cada vez mais as práticas alquímicas artesanais que transitam entre o material e o virtual, plástico e palavras, tudo convertido aos sistemas binários para ser consumido, quase como carne, numa oferenda fetichista. Proteína para um novo ciclo de milagres entre inspirar e expirar, dólares e amores, navegando sem perder o tempo do bit.
Além da parceria musical com Elza Soares, tem participações com João Donato, Céu e Baiana System. Ganhou dois prêmios como artista revelação no ano de 2018, pela SIM e pela APCA, e recebeu o prêmio Zumbi dos Palmares de São Paulo pela sua influência na luta anti-racista em 2019, recentemente assina a direção de narrativa e trilha sonora de um game e um longa metragem da diretora dinamarquesa Sissel Morell Dargis
Cortesia do artista e da Galeria A Gentil Carioca.
Imagem herói: O Toque, 2023. Foto: Bruno Leão. Cortesia do artista e da Galeria A Gentil Carioca.