Rosely Belisqui, sem título, colagem, desenho a nanquim e guache, 2014.
Oscar Niemeyer, esboço e projeto construído, Palácio da Alvorada – Brasília (1957).
Oscar Niemeyer, Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer, Avilés, Espanha (2011).
E podemos pensar também na geografia como cenário da Arquitetura. O arquiteto pode pensar em ocupar o espaço com uma obra transgressora, transformadora mas que não termina em si depois de pronta porque vai interagir com a geografia, o entorno que a torna infinitamente inacabada.
Numa de suas palestras o professor e arquiteto Paulo Mendes da Rocha(1) cita trecho da canção Corcovado: …da janela vê-se o Corcovado, o Redentor, que lindo… e comenta que esse é um discurso maravilhoso e a beleza está no fato de se ver o Corcovado pela janela.
Na relação dentro/fora, a janela é um divisor de realidades. Atrás de quem olhava o Corcovado pela janela poderia ter uma criança correndo na sala, uma panela chiando no fogão, enfim, mediante recortes generosos, as janelas além de proporcionar entrada de luz natural, ventilação adequada, também oferecem ao observador a possibilidade de olhar para fora.
Inserida num contexto em movimento contínuo, a cidade em dado momento histórico muda sua paisagem e uma série de aspectos do passado e do presente coexistem. Assim a obra arquitetônica nunca está terminada podendo sempre ser ajustada, readaptada ao seu uso e entorno.
Pinacoteca do Estado, São Paulo, o museu de belas artes mais antigo da cidade, reaberto ao público em 1998 após a intervenção de Paulo Mendes da Rocha, que manteve a estrutura original do edifício do século XIX, adaptando os espaços para as novas necessidades funcionais da Pinacoteca. Foto: Nelson Kon.
Imagem à esquerda: Pinacoteca do Estado, foto: Leonardo Finotti. Imagem ao centro: Corcovado, Rio de Janeiro. Imagem à direita: Pinacoteca do Estado, foto: Nelson Kon.
Esboço do Plano Piloto de Brasília — Foto: Arquivo Público do Distrito Federal/Fundo Novacap.
falar com as mãos e ouvir com os olhos.
Rosely Belisqui, sem título, desenho a nanquim, 2019.
Anita Goes, series Névoa, Serra da Mantiqueira, 2020.
Rosely Belisqui é arquiteta e urbanista formada em 1976 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie em São Paulo, Brasil Trabalhou com projetos em escritório próprio.
Em literatura, foi premiada com o conto A Partilha pelo Concurso Nacional de Contos e Poemas organizado pela Universidade Federal de Goiás, Campus de Catalão, Brasil.
Mãe de um filho e de uma filha, avó de um menino
Hoje mora numa chácara, na cidade de Gonçalves localizada na Serra da Mantiqueira em Minas Gerais, Brasil
Participa como conselheira do Instituto Socioambiental Mantiqueiros
Imagem título desse ensaio: Claudio Edinger, São Paulo, 2009.