Seguindo um fascínio inicial, a complexidade da composição teve um efeito duradouro em mim.
Meus olhos iam e vinham, acompanhando o fluxo das linhas, suas curvas e reviravoltas, em uma tentativa de decifrar o espaço criado pela artista, o qual reúne múltiplas perspectivas de paisagens naturais. Saí daquele
encontro com impressões e notas de nossa conversa sobre as pinturas que me impeliram a refletir sobre como ela havia construído esta e outras obras de forma instigante. Inspirada pela ideia de John Berger de que “cada imagem incorpora um modo de ver”, busquei examinar o papel da observação em sua prática e como ela articula suas próprias visões na tela (1).
Talita Zaragoza, Untitled Memory I, 2023. Acrílica, crayon, lápis e grafite sobre linho, 100 x 90 cm. Cortesia da artista.
Talita Zaragoza é uma artista interessada em estabelecer relações com lugares e paisagens. Ao se conectar e observar os vários elementos que constituem esses espaços, ela reflete sobre as maneiras como os seres humanos interagem e interferem em ambientes naturais, trazendo uma miríade de perspectivas para suas pinturas, fotografias, desenhos e instalações. Desde 2017, a artista tem trabalhado concomitantemente em diferentes séries de pinturas, incluindo “Imaginary Map” (2017-2021), “Sleepy Mountain” (2018-Presente), “Landscape” (2021-Presente), “Fragments” (2019-2021) e “Untitled” (2023-Presente). A artista não está interessada em deixar uma marca no meio ambiente, mas o faz em suas telas, mostrando que ela esteve lá e que guarda visões desses lugares (2). Suas obras expressam uma reverência pela natureza e não um interesse em dominá-la; elas trazem um desejo de interação e não intervenção. As pinturas ressoam suas experiências e pesquisas sobre a representação de ambientes naturais, principalmente em fotografias e mapas. Talita identifica formas orgânicas e cria experiências visuais que elaboram uma visão pessoal da natureza, a qual é composta por múltiplas forças e está em constante transformação. Em suas obras, ela celebra paisagens, mas estas não são representações objetivas de um lugar; elas são paisagens próprias. Elas são imagens idealizadas, abstratas, que aludem às suas experiências do mundo natural e são compostas de formas orgânicas, campos de cores e linhas que às vezes se repetem em um ritmo orquestrado.
Canto superior esquerdo: Talita Zaragoza, Sleepy Mountain XX, 2021. Acrílica e crayon sobre linho, 203 x 140 cm. Canto superior direito: Alaska, 2015-2016. Foto: Leandro Viana. Centro inferior: Talita Zaragoza, Imaginary Map XIII, 2019. Acrílica e caseína sobre papel, 112 x 142 cm. Cortesia da artista.
A prática de Talita se pauta em observar e colecionar imagens de paisagens em sua memória e fotografias. Motivada por uma intensa curiosidade sobre os lugares pelos quais ela caminhou ou contemplou de dentro de um carro ou avião, ela cataloga esses ambientes, armazenando-os em sua mente, do detalhe à visão geral. Ela acumula fragmentos que mais tarde serão reunidos e compostos em suas pinturas. No entanto, seu olhar não é apenas contemplativo das maravilhas naturais, floras e relevos; seu olhar é também analítico. A artista busca por formas e padrões, como a silhueta de galhos e linhas refletidas nas montanhas em um dia ensolarado. Ela possui um interesse gráfico e dedica-se a extrair formas simples, reduzindo- as a seus estados fundamentais. Além de suas próprias experiências, em sua pesquisa, Talita investiga referências fotográficas e cartográficas como formas de codificar graficamente as paisagens, continuando um diálogo com representações do mundo natural que ela iniciou em séries anteriores, como “Volcanos” (2018) e Ressonâncias” (2006-2018). Dentre as imagens, fotos aéreas e desenhos cartográficos, principalmente de desertos e montanhas, são de grande interesse da artista por sua complexidade pictórica. Mapas contêm traços de transformações territoriais e da história das paisagens, mas são comumente associados a representações objetivas e são entendidos como emblemas de poder e política. Na obra de Talita, a referência a mapas tem um cunho pessoal, convergindo suas experiências com os lugares, memórias e
criações pictóricas de ambientes idealizados.
Talita Zaragoza, Residência Fish Factory, Setembro 2019, Islândia. Foto: Leandro Viana. Cortesia da artista.
Talita Zaragoza, Untitled Memory IV, 2024. Acrílica e crayon sobre linho, 91 x 140 cm. Cortesia da artista.
Inspirada por traços que encontra na natureza, a artista elaborou um vocabulário próprio, combinando formas geométricas e orgânicas que refletem as nuances e particularidades das paisagens. Não por acaso, ela explora linhas curvilíneas e contornos sinuosos em suas obras. Na busca por elementos gráficos repetidos, ela traz para suas pinturas formas com tendência lineares e configurações planas. E a linha chama a atenção como um elemento contínuo, que conecta as diversas partes das composições, envolvendo os planos coloridos e marcando o ritmo em cada obra, como, por exemplo, em “Silhouette 2″(2002) e “Sleepy Mountain XXII” (2022). A linha é a base e a parte fundamental dessas obras. É este elemento que cria as estruturas de composição, marcando os volumes de cor e, por vezes, indicando um horizonte ou organizando a tela em diferentes pontos de vista. Em algumas partes das pinturas, como em “Untitled 4” (2022), a linha se destaca, marcando uma silhueta que não é pintada. Estes vazios nas obras se referem a imagens que não puderam ser acessadas pela artista, como uma falha em sua memória.
Talita não pinta fazendo gestos bem marcados; ela aplica a tinta meticulosamente, preenchendo os espaços previamente desenhados pelas linhas e criando campos de cores planas. A artista estabelece uma correspondência entre os diferentes tons usados nas obras, os quais raramente são definidos em alto contraste. Sua paleta de cor também foi influenciada pela observação da natureza. Ainda assim, esta foi elaborada sobretudo de acordo com conexões pessoais com os tons, aludindo às suas qualidades meditativas. Explorando cores suaves com acabamentos acetinados, a artista cria atmosferas quentes compostas principalmente por azuis, verdes, amarelos, marrons, crus e cinzas. Mais recentemente, Talita tem explorado cores e tons pulsantes pouco empregados anteriormente, como vermelhos e rosas. A artista também experimenta com texturas usando lápis de cor, crayon, gesso, chá preto e uma mistura de tinta com caseína, a qual cria um efeito brilhante. Há uma sensação de movimento e profundidade nas obras, cujo efeito é gerado tanto pelas formas existentes nas composições quanto por combinações de cores, que juntos, criam uma noção de volume e espaço, que, em certas obras, me fazem pensar em picos e grandes vales.
Junto a esse vocabulário, Talita desenvolveu uma linguagem que articula múltiplas visões das paisagens nas telas. “Sleepy Mountain”(2018-Presente) é uma série de pinturas de paisagens montanhosas compostas principalmente por formas curvas, que parecem se alastrar como alongados campos de cores. Essas obras em grande escala criam panoramas de vastos territórios e reúnem perspectivas aéreas e horizontais. Em “Sleepy Mountain XVI” (2019), os contornos se estendem como rios e as formas se conectam gerando uma mudança fluida dos pontos de vista, que direciona nosso olhar quase como se fossemos levados a mover toda cabeça junto às linhas. Já em “Sleepy Mountain XXXIII” (2023), a variação de perspectiva é acompanhada por uma alteração na direção das formas e seus padrões, criando um espaço intrincado. Criada em outra escala e com todas obras do mesmo tamanho, na série “Fragments” (2019-2021), as paisagens são criadas a partir de olhar mais próximo, em zoom-ins. Explorando fragmentos e não partes contíguas, esta série não se concentra em vistas extensas e contínuas, mas converge diferentes olhares, reunindo pontos de vista em ângulos estreitos.
Talita Zaragoza, Fragment XIV, 2020. Acrílica sobre linho, 69 x 50 cm. Cortesia da artista.
Um dos aspectos dessa linguagem que Talita desenvolve em suas pinturas, a composição de vários pontos de vista, está ligado a uma compreensão sobre o ato de observar e como as imagens são coletadas e armazenadas em nossas memórias. Desde a Modernidade, a ideia de que nossa percepção é múltipla e cinética já aparecia em escritos como os de Walter Benjamin, como aponta Jonathan Crary em seu livro “Techniques of the Observer: On Vision and Modernity in the Nineteenth Century” (1992), que discute a cultura visual do século XIX e a elaboração da noção de “observador” em relação às teorias da subjetividade e aos dispositivos óticos da época (3). Estas referências me levaram às pinturas cubistas e suas composições fragmentadas, reunindo diferentes planos geométricos. No entanto, a questão central aqui não é enfatizar uma qualidade tridimensional do espaço. Outras obras que me vinham à mente eram as colagens de polaroides de David Hockney devido a um paralelo com a obra “Sem Título 2” (2022) de Talita tanto em termos de suas estruturas quanto das composições com enquadramentos marcados. Nas montagens de Hockney, a cena é construída por inúmeras fotografias, como em “Pearblossom Highway” (1986), trazendo uma imagem geral e várias imagens simultaneamente. Para criar a figura total, Hockney se moveu para fotografar cada elemento de perto, construindo o cenário e recriando uma ação que todos nós fazemos ao olhar qualquer espaço. Em seu livro, “Secret Knowledge: Rediscovering the Lost Techniques of the Old Masters” (2006), Hockney aborda a discussão de como nossa percepção não é elaborada por um ponto fixo no tempo e no espaço — como parte de sua pesquisa sobre o uso de dispositivos óticos na elaboração de pinturas que remontam ao século XV. As imagens que colecionamos em nossas mentes são geradas por uma série de pontos de vista, que estão em fluxo e às vezes são contraditórios. É por meio de nosso movimento que capturamos muitas figuras ou fragmentos — um termo ao qual Talita recorre e nomeia uma de suas séries de pinturas — que formam imagens maiores em nossas mentes. Como Hockney nos aponta, esta é uma característica do nosso sistema de visão, que é diferente dos baseados em lentes: “É uma visão humana, binocular (dois olhos, dois pontos de vista e, portanto, dúvidas)” (4). Pesquisas posteriores sobre nossa relação com sistemas óticos levaram a uma compreensão contemporânea de que nos movemos e reunimos diferentes perspectivas para entender o que vemos.
Nossos olhos também se movimentam constantemente para escanear um ponto específico no espaço. A memória é outro aspecto relevante aqui, pois devemos considerar que tudo o que vemos está em relação a nós mesmos.
Selecionamos os detalhes que serão combinados em imagens mais amplas do nosso entorno. As imagens não são apenas catalogada em nossas mentes, mas muitos de nós recorremos a dispositivos fotográficos como suporte externo de nossa memória visual. E essa mediação recorrente de lentes em nossa interação diária com o mundo também gera uma questão de expectativa de como imagem deve ser.
David Hockney, Pearblossom Highway, 1986. Impressão cromogênica, 119 × 163 cm. Cortesia do Museu J. Paul Getty, Los Angeles.
Talita Zaragoza, Untitled 2, 2022. Acrílica, crayon, lápis de cor e grafite sobre linho, 41 x 51 cm. Cortesia da artista.
Como a fotografia também é uma forma de memória, Talita se baseou em suas próprias fotos como referências para as pinturas. Nas primeiras obras da série “Imaginary Map” (2017-2021), a questão da perspectiva unidirecional vem à mente, pois as composições me lembram vistas panorâmicas que ressaltam uma noção de profundidade dada a partir de linhas paralelas e formas que se complementam nestas paisagens luminosas e coloridas. À medida em que a artista desenvolve esta e outras séries, é difícil conectar as obras com aspectos da perspectiva fotográfica. Talita desafia um único olhar, subvertendo-o a partir da elaboração de composições visuais complexas. As pinturas não trazem apenas vistas de lugares diferentes; elas são uma colagem de memórias fragmentadas. Nessas obras, os pontos de vista são numerosos e organizados em fluxo, e seus arranjos pictóricos engajam nossa visão. As mudanças de ponto de vista ocorrem de forma sutil e organizada, de maneira que as pinturas parecem se mover com elas, mesmo quando a transição é mais aparente, como em “Fragment V” (2020) com seus contornos em diferentes direções. Não há uma hierarquia específica ou um sistema pré-estabelecido de organização das vistas,
aludindo à diversidade de lugares e pontos de vista aos quais elas se relacionam, como sob a copa de uma árvore, olhando diretamente para um campo aberto ou no topo de uma rocha, por exemplo. Em obras de grandes dimensões, como “Sleepy Mountain”, “Silhouette” e “Landscape”, podemos notar uma mudança fluida de olhares com perspectivas aéreas e horizontais dispostas sem marcas, como grids ou retângulos indicando um novo quadro dentro da composição. Em contraste, pinturas de médio ou pequeno formato, como a série “Fragments”, têm uma configuração mais controlada e marcada ao articular uma coleção de detalhes. Trabalhos feitos em uma base modular, ou grids, como as séries “Imaginary Map” e “Mini Z’s” (2021) são mais sistemáticos, pois adicionam a noção de uma busca por se localizar no espaço — mesmo isso não seja dado de forma literal.
Imagem superior central: Talita Zaragoza no estúdio de seu avô durante a pandemia, que agora abriga exposições e eventos culturais (Taller Zaragoza). São Paulo, 2021. Canto inferior esquerdo e direito: Talita Zaragoza, Mini Z’s, 2021. Acrílica, lápis de cor e crayon sobre papel, 25 x 19 cm. Cortesia da artista.
Olhar para a natureza a partir da prática de Talita não é apenas um exercício contemplativo, mas inspirador. É também reverente e investigativo. Em seu trabalho, impressões e memórias são exploradas para criar paisagens novas e idealizadas, que se estendem, comprimem e desaparecem às vezes. Experienciar as suas pinturas desafiou meu senso de percepção e ideias sobre visualidade. Em uma tentativa de desvendar essas composições intrincadas, percebi que elas não apenas expressam a visão da artista, mas também questionam os modos de ver de cada um de nós.
Talita Zaragoza, Florida, Miami, 2020. Foto: Leandro Viana. Cortesia da artista.
1. John Berger, Ways of Seeing (London, British Broadcast Corporation and Penguin Books, 1972), 10.
2. Em nossas conversas, Talita falou sobre suas ideias de se entender e homenagear a natureza e problemas de dominação e intervenção pelos seres humanas. Em uma troca de e-mails, ela compartilhou uma referência do artista Felix Gonzales Torres que me marcou. Com minha tradução livre, a frase é: “Acima de tudo, era sobre deixar uma marca de que eu existi: eu estive aqui. Eu tive fome. Eu fui derrotado. Eu fui feliz. Eu fui triste. Eu estive apaixonado. Eu estive com medo, eu tive esperança. Eu tive uma ideia e eu tive um bom propósito e é por isso que eu fiz obras de arte.”
3. CRARY, Jonathan. Techniques of the Observer: On Vision and Modernity in the Nineteenth Century: Cambridge, MIT Press, 1992. A citação completa com minha tradução livre do inglês é: “A percepção para Benjamin era evidentemente temporal e cinética; ele deixa claro como a modernidade subverte até mesmo a possibilidade de um observador contemplativo. Nunca há uma conexão pura a qualquer objeto; a visão é sempre múltipla, adjacente e sobreposta a outros objetos, desejos e vetores. Mesmo o espaço controlado do museu não pode transcender um mundo em que tudo está em circulação.” Embora quando Benjamin escreva sobre isso, ele relacione com a intensa transformação urbana do período com diversos e novos tipos de estímulos visuais, o que me interessa é a noção de que “a visão é sempre múltipla” e cinética, o que acredito ser parte de uma compreensão contemporânea da visualidade.
4. HOCKNEY, David. Secret Knowledge: Rediscovering the Lost Techniques of the Old Masters: Nova York: Viking Studio, 2006. A citação completa com minha tradução livre do inglês é: “A inovação de Cézanne foi que ele trouxe para sua pintura suas próprias dúvidas sobre como os objetos se relacionam consigo mesmo, reconhecendo que os pontos de vista estão em fluxo, que sempre vemos as coisas de posições múltiplas e, às vezes, contraditórias. É uma visão humana, binocular (dois olhos, dois pontos de vista e, portanto, dúvidas) que funciona aqui, em contraste com a visão tirânica e monocular da lente (Vélazquez), que, por fim, reduz o observador a um ponto matemático, fixando-o em um ponto específico no espaço e no tempo.”
Para saber mais sobre Iara: @iarapimenta
Talita Zaragoza, Sleepy Mountain XXXIII. Acrílica, crayon, lápis e grafite sobre linho, 104 x 200cm. Cortesia da artista.
Imagem à esquerda: Talita Zaragoza, Untitled Memory III, 2024. Acrílica, crayon, e grafite sobre linho, 96.5 x 78 cm.
Imagem à direita: Talita Zaragoza no estúdio de seu avô, São Paulo, 2021. Cortesia da artista.
Talita Zaragoza, nascida em São Paulo, Brasil, em 1985, é uma artista que trabalha com pintura, desenho e fotografia. Sua inspiração está enraizada na dinâmica entre a humanidade e a natureza, explorando nosso impulso de moldar e controlar a natureza.
Em suas pinturas e desenhos, Zaragoza tece paisagens a partir da memória, criando um reino que lembra mapas em constante alteração. Esses mapas se adaptam às transformações políticas, ambientais e à perspectiva do observador. Como espectadores, estamos em constante fluxo, projetando-nos na paisagem e, consequentemente, em sua arte.
Desde 2012, Zaragoza vive em Nova York, onde estudou no International Center for Photography (ICP), com foco em fotografia de belas artes. Ela possui um bacharelado em Belas Artes (2008) e um mestrado em História da Arte (2010) pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo, Brasil.
Seu trabalho foi exposto internacionalmente, notadamente em São Paulo e Nova York, em locais como Nars Foundation, Galeria Lume, Carmo Johnson Projects, Foley Gallery, Lazy Susan Gallery, Emma Thomas Gallery e The International Center for Photography. Zaragoza também participou de residências artísticas nos Estados Unidos, incluindo Residency Unlimited, The Hollows em Nova York, The Marble House em Vermont e uma na Islândia, na The Fish Factory.
A arte de Zaragoza transcende fronteiras, com projetos que abrangem o Brasil e os Estados Unidos. Ela é representada por Gisela Projects.
SELECTED EXHIBITIONS
“Regra de Três”, June 2024, Galeria Estação with Gisela Projects, São Paulo, BR “Engradados”, April 2023, Taller Zaragoza with Gisela Projects, São Paulo, BR “Futuro Oásis”, April 2023, Galeria Lume with Gisela Projects, São Paulo, BR
“Sounds of Water”, December 2022, Sardine Gallery with Gisela Projects, New York, US “Echoes Are Visible”, August 2022, The Boiler, New York, US
“Poéticas do Habitar”, October 2021, Casa Cunha Lima, São Paulo, BR
“Emotional Landscapes”, July 2021, Taller Zaragoza, São Paulo, BR “Conditions of Exchange”, April 2019, New York, US “Land+Body=Escape”, Nars Foundation, 2018, New York, US “Land+Body=Escape”, 2018, Carrer D’art, Miami, US
“Bird”, 2018, Bird, New York, US
“Árvore, Galhos e Folhas”, Galpões Santo Antonio, 2017, Amparo – BR
“Living Things”, Lazy Susan Gallery 2017, New York – US “Procession”, Folley Gallery, October 2016, New York – US “Rubik’s Cube”, Hollows, October 2016, New York – US
“Vertigo”, at Interventions 3, September 2016, New York – US “Gogó da Ema”, Emma Thomas Gallery, July 2016, New York – US “Transportados”, Casa Samambaia, 2016, São Paulo, BR
“Da Feitura dos Sonhos” – Galeria Ventana, 2014 – São Paulo – BR “P/ARTE” – Galeria de Babel, 2014 – São Paulo – BR
“Elective Affinities”, 2014 – International Center for Photography, New York – US
“Estruturas Imaginárias”, 2014 – MARCO, Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande, BR
“P/ARTE” – Galeria de Babel, 2012 – São Paulo – BR “Sem Marchand II”, 2012 – São Paulo – BR
“Ressonâncias”, 2011 – Galeria Concreta, São Paulo – BR “Sem Marchand”, 2011 – São Paulo – BR
“Arquivo Criativo”, 2010 – São Paulo – BR
“Do lado de lá”, 2008 – MAB-FAAP, São Paulo – BR
ART RESIDENCIES
The Hollows, New York, 2014
The Marble House, Vermont, 2015 Fish Factory, Iceland, 2019
Residency Unlimited, New York, 2023
Talita Zaragoza,Silhouette 2, 2002. Acrílica, crayon, lápis de cor e grafite sobre linho, 76 x 122 cm. Cortesia da artista.