João Lelo

João Lelo é um artista carioca, atualmente vivendo e trabalhando em São Paulo, teve seu início como artista através do graffitti e da arte urbana. Hoje se dedica a variados tipos de mídias como pinturas, instalações e objetos. Seu trabalho é muito característico pelo uso de traços geométricos. Autodidata, está sempre experimentando novas formas de executar suas obras.

Me mudei do Rio de Janeiro, de onde originalmente sou, para São Paulo no ano de 2011, após participar de uma importante exposição, a Transfer, realizada no Pavilhão das Culturas Brasileiras. Desde que me mudei para São Paulo, esse é o meu quarto estúdio. Divido o espaço do estúdio com outros artistas que têm habilidades variadas, não limitadas apenas à pintura. São pessoas que também têm muita habilidade em trabalhos manuais, como esculturas e marcenaria.

A ideia é que esse espaço seja um lugar de criação em mídias variadas, onde se possa experimentar e colaborar livremente. Aqui, podemos explorar diversas formas de expressão artística, desde pinturas e esculturas até objetos e instalações complexas, fomentando um ambiente de inovação e troca de conhecimento.

Sou basicamente um artista autodidata. Apesar de ter estudado design gráfico, não tenho uma formação acadêmica ou técnica em artes. Quase tudo o que aprendi foi na base de experimentos, erros e acertos, além da minha experiência como artista urbano e do graffiti, onde desenvolvi meu estilo. Nos últimos anos, tenho inserido em meus trabalhos de pintura a colagem de outros materiais. Inicialmente, comecei com colagem de papéis e hoje trabalho com aplicações de chapas recortadas de madeira, que adicionam volume às minhas obras. Essa é minha forma de “reinventar” a pintura, já que meu trabalho é muito gráfico e definido por formas chapadas de cor. 

A partir desses novos experimentos com volumes, iniciei uma série de objetos em grande escala, trabalhando a tridimensionalidade usando a interseção de formas bidimensionais. Esses experimentos são inspirados nos trabalhos dos artistas Rubem Valentim e Alexander Calder. Tenho trabalhado muito com madeira, um material que me atrai por sua manualidade e versatilidade. É possível manipular a madeira com ferramentas simples, o que dá várias possibilidades ao trabalho, permitindo-me explorar suas texturas e formas de maneira bem tátil e intuitiva.

Eu não sou uma pessoa naturalmente organizada. Por isso, me forço a criar e manter rotinas para que eu não perca meu foco. Tento manter horários regulares e a organização do estúdio é crucial para isso. Tenho meus rituais diários de organização do meu espaço de trabalho, o que ajuda a “dar partida” no meu cérebro para iniciar o dia. Essa rotina que crio para me manter organizado se reflete em meu processo de trabalho. O racional é muito importante na minha arte. Há uma fase de projetar que é tão importante quanto a execução. Quando tenho uma ideia, às vezes passo dias rabiscando e pensando no que quero fazer, experimentando ideias parecidas até chegar em algo que quero realmente desenvolver.

Gosto de ter um plano básico para me guiar durante o desenvolvimento, mas isso não me impede de estar aberto ao que o acaso traz para o processo. O acaso, às vezes, nos apresenta um caminho mais interessante do que era o plano original. Resumindo: a ideia é ter um plano, mas não ficar preso a ele.

Para saber mais sobre Lelo: @lelo021

Fotos no estúdio: Anita Goes // Fotos dos murais e escultura: Lelo e seus amigos

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